quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Quinina

Sabor áspero, amargo, desagradável.
Não faz sentido nenhum em qualquer lugar que esteja.
Não se sabe ao certo que cor tem, qual o cheiro, qual o sabor, se tem alguma forma.

Da raiz às pétalas é sempre traduzida em dor, sofrimento, contas à pagar, cobranças à fazer, decepções, injúrias, injustiças, fome, miséria, sede, pobreza.

Sem sentido algum.

Vida.

terça-feira, 24 de julho de 2018

410km

Por que será que as pessoas inteligentes nos inspiram? Será que é por causa de toda a admiração que sentimos?
Não sei. Ninguém sabe explicar.

Se eu pudesse, trocaria o Arco-Iris cheio de cores por apenas 3 cores.
Se eu pudesse, abriria as portas da minha casa para que as borboletas entrassem.
Se eu pudesse, tocaria trombone na avenida principal.
Se eu pudesse, me mudaria para Curitiba, ou para Uruguaiana, ou quem sabe até para Campo Grande.
Se eu pudesse, tomaria um café ou um chimarrão enquanto a brisa leve de um fim de tarde toca meu rosto.
Se eu pudesse, não teria nascido aqui.
Se eu pudesse, não teria virado devoto dos santos do cotidiano.
Se eu pudesse, voltaria a ser eu mesmo.

Ah, se eu pudesse...
Se eu pudesse mudaria tantas coisas.
Se eu pudesse, mudaria tanto.
Me mudaria, mudaria sem pensar.

Ah, se eu pudesse...

terça-feira, 17 de julho de 2018

O inevitável

O tempo passou...

Passou pra você e pra mim.
Passou para o mundo todo. Passou devastando tudo o que a minha mente construiu!


Te ver sorrir, te ouvir cantar, te confortar na dor, te fazer carinho deitada no meu ombro viajando no Expresso Alegria pra qualquer canto do mundo.

Coisas que nunca foram palpáveis, mas que eram esteio em minha vida!

O sorriso que cabia perfeitamente dentro das minhas razões por ser feliz, hoje me arrancou uma lágrima. E isso infelizmente aconteceria cedo ou tarde.

É notório o quanto envelheci no último ano.

Engoli todos os meus planos com um copo de água suja.

O mais engraçado - se assim posso denominar esta situação - é que o mês de maio se tornou um mês tão ruim pra mim que me sinto anestesiado. A lágrima foi uma reação automática para o inevitável.
Tudo o que eu vinha sofrendo nos últimos dias se confirmou hoje...

E amanhã será mais uma data de despedidas, e depois também, e depois...


É mais um dos presentes que a porra do Outono tem me dado desde que tudo desabou!
Obrigado, destino!

Obrigado, vida!


"Por isso me recuso a deixar-te partir assim
Feito poeira nos bancos
Quando a chuva vem e canta seu desespero
Sobre esse inferno em que, morto,
Fevereiro, se fez perecer
Não aceito Lucien,
Não me peça pra te deixar partir
Ou ao menos não me deixa aqui feito flor triste...
Não me deixa...
Não me deixa aqui se sei que não vens..."